TDAH em adultos

O TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ou DDA Déficit de Atenção sem Hiperatividade são distúrbios habitualmente de longa duração que se manifesta por três grupos de sintomas: desatenção, hiperatividade ou inquietude e impulsividade.
O TDAH não é somente transtorno da infância, é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
Até pouco tempo atrás, achava-se que no final da adolescência os sintomas produzidos por esses Transtornos iriam regredindo e que ao chegar á vida adulta seu portador estaria naturalmente livre do Transtorno. Entretanto pesquisas recentes comprovaram que o distúrbio tende a permanecer através da adolescência e continua na idade adulta. A questão é que características do distúrbio vão revelando nuances diferentes de acordo com as faixas etárias. É fácil identificar, por exemplo, uma criança hiperativa que corre de um lado para outro, está constantemente em movimento, inquieta, em relação às outras crianças da mesma idade, mas o adolescente e o adulto hiperativos irão exteriorizar a mesma hiperatividade de forma diferente, como por exemplo, assumindo muitos compromissos, realizando várias atividades ao mesmo tempo, saindo para baladas todos os dias, à busca de fortes emoções, sempre atrás de novidades.
Pesquisas científicas mostram que a prevalência do transtorno na população mundial é de 8% em crianças, 6% em jovens e 4% em adultos, o que torna o distúrbio um problema de saúde pública.
O tripé básico do TDAH em adultos é o mesmo que em crianças - desatenção, inquietude ou hiperatividade, mas esses sintomas são freqüentemente disfarçados por problemas resultantes de uma situação tornada complexa por falta de diagnóstico precoce e tratamento adequado, como desorganização, facilidade para distrair-se instabilidade de humor, dificuldades no trabalho, abuso de substâncias químicas e outros problemas psicológicos. Desta maneira, o diagnóstico se torna difícil e os adultos e, principalmente as mulheres, ficam sem diagnóstico e tratamento durante muito tempo, às vezes, a vida toda. Contudo, o diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para recuperação, podendo reduzir os sintomas significativamente (Barkley, 2002; Phelan, 2005).
A história de vida desses adultos é marcada por insucessos acumulados ao longo dos anos. Mau desempenho acadêmico, repetências, suspensões, problemas no trabalho e na organização das atividades, dificuldade na escolha da profissão, dificuldade em levar seus projetos adiante, conflitos conjugais, separação. No entanto, são pessoas, criativas, inteligentes, talentosas, e se destacam, sobretudo, nas artes, pintura, desenho, música, etc. Devido ao TDAH, essas pessoas deixam de desenvolver todas as suas capacidades. Os constantes insucessos geram sentimentos de fracasso, baixa auto-estima e dificuldades para lidar com situações emocionais.
É típico de o TDAH estar associado a outras doenças (co-morbidades) como alcoolismo, Adição a drogas (álcool, maconha, cocaína), Fobia Social, Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno Bipolar entre outros. Ações impulsivas podem levar a conseqüências indesejadas, por exemplo, (podem chegar a casa com dois cãezinhos de 10mil reais cada um e dizer que este sempre foi seu sonho e não cuidar deles um dia sequer) ou então, (comprar um roupa de mergulho com todos os aparatos sem ter condições ou possibilidade de utilizá-los) assim como, envolvimentos com problemas de ordem financeira, como: gastos excessivos, dívidas homéricas, envolvimento com agiotas, financiamentos além de suas condições, compulsões por compras, etc.
Nas crianças, são comuns as dificuldades de aprendizado específicas como dislexia (dificuldade para compreender o que lê), disgrafia (dificuldade para escrever), discalculia (dificuldade para fazer cálculos).
Nos adolescentes, o problema maior é a tendência ao abuso de drogas e álcool. Estudos mostram que a partir da adolescência o uso de drogas nos portadores de TDAH é mais freqüente quando comparados com os indivíduos sadios, imaturidade emocional, hostilidade com autoridades, familiares, professores e pais, comportamento desafiante e opositor.
A boa notícia é que hoje, existe tratamento. Caso identifique essas características em algum familiar ou, em si próprio, busque ou recomende um especialista.


Profa. Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica