domingo, 7 de outubro de 2012

Extrovertido ou Introvertido?



 
Conhecido como um dos maiores psicólogos do século XX e um dos que mais estudou a personalidade humana, Carl Gustav Jung, distinguiu duas formas de atitudes/disposição das pessoas em relação a convivência entre pessoas: aquelas que preferem focar a sua atenção no mundo externo, nos fatos e nas pessoas, e aquelas voltadas para o mundo interno de representações e impressões psíquicas. Cada um desses tipos de disposição representa a preferência natural do indivíduo no seu modo de se relacionar com o mundo. Assim, ambos os tipos introvertidos e extrovertido revelam que as pessoas diante dos eventos da vida podem apresentar duas condições: “uma tendência à reflexão (introvertido); e outra a de mobilização ou ação (extrovertido).”
Grosso modo, pessoas extrovertidas, são mais animadas, mais barulhentas e comunicativas, enquanto as introvertidas são mais retraídas, mais discretas e pensativas. É lógico que entre esses dois extremos existem gradações e nosso lugar nesse contínuo determina como fazemos nossas escolhas, como nos relacionamos, a forma como resolvemos nossas diferenças, como enfrentamos nossos conflitos, como demonstramos nossos afetos.
Na prática os extrovertidos são pessoas que se sentem bem na convivência com muitas pessoas, enquanto os introvertidos, não parecem ter necessidade de conviver com muitas pessoas, evitando, até mesmo, ou algumas vezes, estabelecer contatos. Não são necessariamente tímidos, pois tem a habilidade de conversar e auto-estima necessária para interagir com as outras pessoas, porém optam por ficarem mais sós.
Na verdade temos um pouco de cada uma dessas características com predomínio de uma delas. Não há como sermos todos extrovertido ou todos introvertidos o tempo todo, nem considerar que um tipo seja melhor que outro, ambos têm suas vantagens e desvantagens.
Outrossim, vale dizer que uma personalidade sã é flexível e pode adaptar-se ao contexto, num equilíbrio que permite ao sujeito responder aos estímulos externos sem conflitos.
É importante dizer que essas duas características por si só não define ninguém, muitas outras se somam a elas para se definir uma personalidade.  
Atualmente, introversão e extroversão são dois dos aspectos mais pesquisados na psicologia da personalidade, despertando a curiosidade de centenas de cientistas.
Vivemos numa sociedade que valoriza as pessoas populares, alegres, comunicativas, esfuziantes, os palradores e, despreza os que coram, gaguejam, suam nas mãos. Refiro-me, aqueles que, de algum modo tentam influenciar ou até mesmo condicionar condutas (como, por exemplo, a mídia), que incentiva às massas a interagirem o tempo todo, como sendo o único comportamento socialmente desejável.
A Introspecção e a quietude têm sido combatidas desde a infância. Muitos chegam a associá-las ao fracasso. Desse modo, o mercado de trabalho, tende a exigir de seus funcionários um ideal de extroversão, ou seja, é preciso ser falante, expansivo, alegre para ser considerado um bom candidato em seleções de Rh. Os "quietos", muitas vezes, são malvistos. Na verdade, as empresas devem ter seus perfis, de acordo com os cargos e funções desejados, não necessariamente extrovertido. O importante é ser original, é ser o que se é, e não forçar para se adequar ao perfil desejado e depois não conseguir manter-se nele. Essa forma forçada de enquadramento não é boa, nem para a empresa que contrata, nem para o candidato que pleiteia a vaga.
Os introvertidos não têm a exuberância social e os níveis de atividade dos extrovertidos. Eles tendem a parecer calmos, ponderados e menos envolvidos com o mundo social. No entanto, a sua falta de envolvimento social não deve ser interpretada como timidez ou depressão. Os introvertidos simplesmente necessitam de menos estimulação e de mais tempo sozinhos do que os extrovertidos. Eles podem ser bastante ativos e enérgicos, mas não socialmente. Porém, podem, não necessariamente, estar propensos a evitar contatos, tornarem tímidos ou isolados e a perder oportunidades.
No entanto, isso nem sempre corresponde à realidade se pensarmos em personalidades do tipo Barack Obama, Steven Spielberg, Bill Gates, para os quais não parece ter sido empecilho, o fato de serem personalidades introvertidas.

            Profa. Dra Edna Paciência Vietta
                            Psicóloga Clínica

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