sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Poder das Emoções



O Poder das emoções: elas existem e são poderosas. Na vida, nada acontece por acaso, nem acidentes, nem sucessos ou insucessos, nem frustrações, nem mesmo doenças. Tudo tem uma causa, uma determinação, uma história, uma evolução. Tudo parece estar atrelado de alguma forma à nossas crenças, pensamentos, vontades, desejos, emoções, atitudes, comportamentos. Não estamos com isso, subestimando o fator circunstancial. Eles existem, e devem ser levados em conta. Nem todo acidentado o é, simplesmente porque o desejou. Não obstante, a pessoa emocionalmente perturbada, preocupada ou tensa, poderá estar mais distraída ao volante, se deprimida, mais lenta em seus reflexos, se ansiosa ou com raiva poderá imprimir no veículo maior velocidade ou ainda, se estressada, tensa ou culpada, praticar imprudências. Muitos acidentes acontecem após a vítima ter enfrentado problemas sérios de relacionamentos, onde se sentiu injusta, ingrata, infiel, ou deprimida, angustiada, magoada, ou, ainda, hostil, culpada, reprovada, merecedora de punição ou, sem motivos para continuar vivendo. Quando descobrimos a dinâmica mental (consciente ou inconsciente) que está por trás de cada evento, de cada sintoma ou doença, temos oportunidade de compreender melhor o poder das emoções e intervir preventivamente sobre elas. Nosso corpo é a expressão de nossas emoções e desejos. Logicamente, não descartamos outros fatores igualmente importantes na predisposição ou causa das doenças. Nosso interesse, no entanto, é focar, aqui, neste breve espaço, possíveis causas emocionais que interferem em certos acontecimentos, tipos de sintomas ou doenças, muitas delas frutos da observação e pesquisas do inconsciente. A Anorexia e a Bulimia, por exemplo, são transtornos alimentares em que seu portador volta para si toda raiva, negam a vida, consideram-se indignas de viver, de ser amadas, apresentam baixa auto-estima, não se sente uma pessoa boa o suficiente para desfrutar dos prazeres da vida. As alergias geralmente se manifestam em pessoas que reprimem sua agressividade, são hostis, porém contidas. Entre as doenças alérgicas, a asma brônquica é aquela em que a influência do emocional é mais evidente, estando ela relacionada à ansiedade e depressão. Pessoas exigentes consigo próprias e com os outros, podem apresentar-se ansiosas, ter sintomas obsessivos ou contrair doenças como artrite, fibromialgias, dores sem etiologia definida. A enxaqueca pode ser expressão da incapacidade ou impossibilidade de expressar a raiva. A desilusão, a raiva, a mágoa e o ressentimento podem ter expressão orgânica no caso de alguns tipos de câncer. A gastrite pode significar dificuldades em lidar com aborrecimentos, contrariedades, o popular “engolir sapos”. O medo, emoção antecipatória que em determinadas condições pode, também, ser chamado de fobia, é um sintoma de transtorno de ansiedade. Entre outros, a pessoa teme perder coisas, controle, poder, status, ficar sozinha, morrer, ser humilhada. O risco de ocorrência de Infarto de Miocárdio durante um episódio de raiva é nove vezes maior do que em algum outro momento da vida. Todas as emoções vêm acompanhadas por reações fisiológicas. Quando sentimos medo ou raiva, a carga de adrenalina aumenta e faz com que nosso coração dispare e o corpo entre em estado de alerta. Quando estamos felizes, nosso corpo produz mais endorfinas, que resultam em sensação de bem-estar. Reações emocionais como ira, hostilidade, medo, tristeza, depressão, ansiedade, apresentam correlatos de complicados mecanismos, que por influência do Sistema Nervoso, afetam as secreções glandulares, órgãos, tecidos, músculos e o sangue. Quando o organismo é continuamente sobrecarregado por tensões, a reação de estresse será seguida por depressão na esfera psíquica, por queda de resistência imunológica, dando origem à invasão microbiana, virótica ou mesmo “implosão, quando o organismo passa a atacar a si próprio, com as chamadas doenças autoimunes” (Esclerose Múltipla, Diabetes Mellitus insulino-dependentes, Artrite Reumatóide, Lupos Eritematoso Sistêmico etc.). A pele tem sido entendida por autores tradicionais da psicologia como o principal meio de contato do sujeito com o mundo. As Dermatoses são doenças da pele cujo componente emocional é fundamental. A Psoríase é um caso bastante evidente desta relação. Observa-se com freqüência que os seus portadores apresentam características emocionais bastante peculiares que interferem de modo decisivo na recidiva e/ou piora dos sintomas desta doença, sobretudo, no aumento e extensão das lesões. Tanto a falta de controle das emoções como a não expressão das mesmas, são fatores que aumentam a vulnerabilidade frente às distintas enfermidades. Profa. Dra. Edna Paciência Vietta Psicóloga

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